
O ano era 2017 e o sonho de muitos nerds se realizava, mas não do jeito esperado. Chegava aos cinemas o tão aguardado “Liga da Justiça” filme, que até aquele momento era tido como o salvador da DC nos cinemas, que seria o guia do vindouro DCEU e tinha a missão de nos dar o primeiro vislumbre de personagens como Aquaman (Jason Momoa), Ciborgue (Ryan Fisher) e Flash (Ezra Miller). Esse filme também tinha como propósito estabelecer o grande vilão que seria a sombra em cima desse universo, mesmo sendo um arauto o vilão do filme, a influência de Darkseid (Ray Porter) está por todo o filme, mas sua imagem foi suprimida na ilha de edição, e é aí que temos o momento chave de toda essa história.
Quando o filme entrou em pós-produção começaram os problemas, tanto no longa em si, quanto no pessoal de Zack Snyder. De um lado a Warner colocando uma pressão absurda pelo fato desse ser seu maior produto do ano, enquanto do outro Zack enfrentava a perda de sua filha. Mesmo com essa pressão o diretor estava disposto a entregar seu material, mas a Warner usou a desculpa da morte de sua filha para afastar o diretor e colocar Joss Wedon em seu lugar e nessa o caldo desandou.
Além de regravar muito material, Joss mudou vários acontecimentos do filme na mesa de edição, além de colocar mais cores, mudar completamente o visual do vilão (que curiosamente já tinha sido mostrado em Batman v Superman) e tentar fazer o filme ficar mais com a cara da Marvel, que estava nadando de braçada na época (e curiosamente ou não, Joss foi o diretor dos dois primeiros filmes dos Vingadores). Em outro dia trago os problemas que o novo diretor teve com o elenco, mas a principal situação que saiu desse arremedo que estreou no cinema, além do ódio dos fãs e da devoção pela imagem de Zack, foi a criação de um movimento para a liberação do corte de Zack (que nesse momento já tinha começado a soltar no Vero, várias informações que mistificaram seu corte do filme, falando que era completamente diferente do que foi lançado nos cinemas) e desde então, quase que diariamente a #ReleaseTheSnyderCut aparecia nos TT’s do Twitter.
Em 2020 a Warner lançou no mercado seu serviço de streaming e para impulsionar sua chegada, anunciou para o ano seguinte o tão aguardado Snyder Cut. Logo em seguida toda a indústria entrou em choque e a imprensa já falava no início da era dos recuts e que isso poderia mudar a indústria pra sempre, afinal era só os fãs insatisfeitos subirem uma campanha nas redes sociais e todos seus desejos eram atendidos (Ok, vamos ser honestos que com Sonic funcionou) e isso poderia mexer com filmes que não foram bem recebidos e tinham um certo hype.
O fato curioso foi justamente o inverso ter acontecido, com o lançamento do longa toda essa onda foi enterrada, a constatação foi unânime: AS MUDANÇAS NÃO FAZIAM O FILME VIRAR OUTRO. Isso gerou uma frustração, que nunca foi confessada, tanto em espectadores casuais, quanto na crítica especializada. Nem a Warner fez mais citações ao filme depois de seu lançamento.
Atualmente, a empresa largou totalmente a mão de tentar unificar seu universo e descobriu que a chave do sucesso realmente é ser cada um em seu quadrado, dado o sucesso de Coringa (2019) e Batman (2022) a Warner aprendeu que o que vale é criar seu próprio universo e não querer ficar copiando o que outra empresa está fazendo.